Produtora francesa que marcou história em Bordeaux e na África do Sul homenageia centenário com safra especial de seu rótulo sul-africano
por Redação
A produtora de vinhos May de Lencquesaing, figura histórica do setor, celebrou seu centenário com o lançamento da safra 2020 de seu rótulo sul-africano Lady May, produzido na Glenelly Estate, em Stellenbosch. O vinho, um corte ao estilo bordalês, foi apresentado como um tributo aos “100 anos de resiliência e grandeza” da matriarca, segundo comunicado da vinícola.
O anúncio marca um novo capítulo na trajetória de Lencquesaing, cuja carreira inclui mais de três décadas à frente do Château Pichon Longueville Comtesse de Lalande, em Pauillac. Durante sua gestão, a vinícola se consolidou entre os chamados “Super Seconds” de Bordeaux, com safras notáveis como 1982 e 1983.
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Nascida em 1925, filha de Edouard Miailhe, May pertence a uma das famílias mais tradicionais do vinho em Bordeaux, com vínculos ao comércio vitivinícola desde o século 18.
Apesar da herança, cresceu em um contexto de instabilidade econômica e política. Durante a Segunda Guerra Mundial, a família manteve a resistência ao regime nazista e chegou a abrigar famílias judias em Château Palmer, propriedade que viria a ser confiscada posteriormente pelos alemães.
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Após o conflito, viveu em diferentes países — incluindo Itália e Estados Unidos — acompanhando o marido, um general do exército francês. Apenas em 1978, já na casa dos 50 anos, assumiu o comando do Château Pichon Lalande. À frente da propriedade, modernizou práticas enológicas e elevou a proporção de Merlot nos cortes, diferenciando seus vinhos no contexto da região.
Em 2003, aos 78 anos, surpreendeu o setor ao adquirir a Glenelly Estate, uma antiga fazenda frutícola na África do Sul, onde passou a produzir vinhos de perfil europeu com variedades bordalesas.
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